Às vésperas do Dia de Finados, os moradores de Campina Verde se depararam com torneiras completamente secas em suas casas. Atendida pela concessionária de economia mista COPASA, a cidade enfrentou uma crise de desabastecimento sem precedentes, que durou quatro dias consecutivos, causando diversos transtornos, como a suspensão de aulas e o fechamento temporário de parte do comércio local.
De acordo com relatos dos residentes, a COPASA emitiu vários boletins informando sobre as tentativas de restabelecimento do serviço e os prazos esperados para a normalização do abastecimento. Contudo, a água só voltou a fluir nas torneiras na quarta-feira, 5 de novembro, após dias de incerteza e soluções improvisadas.
Sem água potável para consumo e higiene, muitos moradores recorreram a alternativas emergenciais, como o armazenamento de água da chuva, uma prática que ganhou destaque nas redes sociais com vídeos mostrando a população lidando com a situação.
Além da crise recente, a COPASA enfrenta uma ação civil pública movida por moradores de Campina Verde, que alegam cobranças abusivas referentes à taxa de esgoto. Este processo reflete a crescente insatisfação da população com os serviços prestados pela empresa, responsável pelo abastecimento de água e saneamento básico no município.
A crise reabriu o debate sobre a qualidade da gestão dos recursos hídricos e a necessidade de maior transparência e eficiência por parte das concessionárias que atuam nas cidades do interior de Minas Gerais. Esta redação enviou um e-mail para a comunicação da COPASA . A assessoria de imprensa da empresa emitiu a seguinte nota:
Copasa informa que o abastecimento de água para a cidade de Campina Verde está normalizado nesta segunda-feira (10/11). O fornecimento está sendo realizado regularmente desde a última quarta-feira (05/11).
As interrupções ocorridas nos dias 1º e 02/11 foram causadas por uma complexa falha eletromecânica na Estação de Tratamento de Água (ETA). Técnicos da Companhia estavam mobilizados para regularizar a situação com a máxima rapidez. Já as faltas de água registradas nos dias 03/11 e 04/11 foram provocadas pela elevação da turbidez da água devido às chuvas que atingiram o município. Quando isso acontece, a ETA é emergencialmente paralisada até que a água bruta retorne a condições adequadas para captação e tratamento.
A Copasa esclarece que os valores praticados em Campina Verde e em todos os municípios em que a empresa atua são determinados pela Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG), que fiscaliza a Companhia. Em conformidade com a resolução 154, de 18 de junho de 2021, foi estabelecido que, a partir de 01/08/2021, a tarifa de esgoto corresponderia a 74% do valor pago pelo consumo de água, independentemente de o cliente contar apenas com o serviço de coleta ou com os serviços de coleta e tratamento de esgoto.
